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Porta I - En tu puerta
02:15
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En tu puerta estamos cuatro
y todos cuatro te qu'remos
y salga la niña y escoja,
los demás nos volveremos..
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2. |
Porta II - Poesia
03:45
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Sejas tu quem fores, ao anoitecer sai
sai do teu quarto onde tudo sabes
Na distância a tua casa é a última.
Caminha sem te moveres
os campos estendem um corpo,
um corpo colado ao teu
Sejas tu quem fores, ao anoitecer sai
sai do teu quarto onde tudo sabes
Entro em casas esvaziadas,
no recente aconchego de alguém.
Entro em casas esvaziadas
tudo silencioso,
silencioso.
Sejas tu quem fores, ao anoitecer sai
sai do teu quarto onde tudo sabes.
Portanto,
farei uma escada no coração
e pelos degraus subirei da minha casa.
Da minha casa subirei, portanto,
sem palavras, em silêncio.
Começa a haver meia noite
e a haver sossego
em silêncio, pisando o coração.
Por toda a parte
casas sobrepostas
em silêncio
À meia noite
em silêncio
começa a haver sossego.
O pensamento é um lugar sentado.
Só brancas sombras
Sejas tu quem fores, ao anoitecer sai
sai do teu quarto onde tudo sabes.
a terra devastada,
o fecho do portão.
Fico sozinho com o universo inteiro...
a terra devastada,
fico sozinho com o universo inteiro
o fecho do portão,
o som de um portão que se fecha brusco,
dói-me
E desci para abrir a casa.
A casa morreu
ninguém pode usá-la agora
O vento que a fechou
fechou-nos a nós fora
Sejas tu quem fores, ao anoitecer sai
sai do teu quarto onde tudo sabes.
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3. |
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Ó de casa, nobre gente
Escutai e ouvireis
Ouvireis nobres senhores
Que vos vem vêm cantar os Reis
Senhora que estais lá dentro
Acendei-nos uma luz
Nos vimos anunciar
Que já nasceu Jesus
O que pinheiro tão alto
A que porta d'eu bater
Vivam os senhores da casa
Que nos vão dar de beber
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4. |
Gigante I - Poesia
03:41
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Vou em direção à passagem dos olmos,
saio do seu crepúsculo
para a planície e o anoitecer.
Há um gigante na serra
Vou, saio
A oeste
a erva húmida
Ao vento,
o mesmo vento que as nuvens também sentem.
As nuvens apressam-se.
Saio do seu crepúsculo
A oeste
Ao vento
Ao sul
Saio, vou
Uma vigília ao vento.
Na noite profunda, lanternas de mil tendas.
Uma vigília na neve
A oeste
e um clamor que interrompe o meu sonho
A erva húmida.
Claros rios
ao vento.
Dez mil corvos.
Moinhos de velas
vão moendo o horizonte.
Há um gigante na serra
Agora também eu sou uma coisa na sua mão,
a mais pequena sob estes céus
Altas montanhas
Olha:
Isto é um céu,
claro, azul
onde se empurram nuvens.
Dez mil corvos empoleirados.
Na primavera a montanha é de jade
no outono, verde escuro
Uma maravilhosa construção
em si mesma se move a si mesma se sustém
Os gritos dos gansos selvagens extinguem-se
Olha:
Há um gigante na serra
que estende ao sol os ossos descarnados
Isto é um céu
claro, azul…
Uma vigília na neve.
Asas gigantes.
E de repente, além:
um portal
que talvez só as aves conheçam…
Na primavera, a montanha é de jade.
A oeste,
Uma maravilhosa construção
Um único fio de luz, brilha, ténue
Em si mesma se move a si mesma se sustém.
Cuida a gente andar na serra
e no gigante vai a andar.
Vou em direção à passagem dos olmos
para a planície e o anoitecer
Cuida a gente andar na serra
e no gigante vai a andar.
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5. |
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O Senhor da Serra é meu
o Senhor da Serra é meu
que o ganhei ao serão
que o ganhei ao serão
oh meu divino Senhor
oh meu divino Senhor
tende de mim compaixão
tende de mim compaixão
Vira vira do norte pro sul
vira vira do norte pro sul
quando vira o norte faz o céu azul
vira vira e torna a virar
que eu nunca posso deixar de te amar
Oh meu divino Senhor
oh meu divino Senhor
vinde abaixo à ladeira
vinde abaixo à ladeira
vinde buscar a mortalha
vinde buscar a mortalha
qu'eu já tive à cabeceira
qu'eu já tive à cabeceira
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6. |
Papão I - Introdução
01:40
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7. |
Papão II - Poesia
03:25
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Farronca
Saca-unhas
Papa-ronquilhas
Sarronca
Tendeiro
por detrás dos espelhos
pesadíssimos passos
Saca-unhas
Sarronca
Ronca gadunha
pesadíssimos
Metia muito medo…
por detrás dos espelhos
Metia muito medo…
viver
com um sorriso estranho
Metia muito medo…
abrir
armários pouco usados
Metia muito medo…
subir
os degraus da escada
Farronca
Saca-unhas
Papa-ronquilhos
Sarronca
Tendeiro
Ronca-gadunha
uma árvore negra
diante do céu
Farronca
Metia muito medo…
viver
com um sorriso estranho
Metia muito medo…
abrir
armários pouco usados
Metia muito medo…
subir
os degraus da escada
Aprendi a rir-me dele
com os teus olhos
arranhava ao pé da porta
como um cão!
e é grande…
o comedor de crianças
viver
abrir
subir
mal-educadas!
E é grande…
E dizias tu:
Cantam
mal anoitece
Põem-se à escuta
cada pessoa imagina…
mal anoitece
Gostava de se esconder
em armários pouco usados
Farronca
Saca-unhas
Papa-ronquilhos
Sarronca
Tendeiro
Ronca-gadunha
Comedor de crianças
Aprendi a rir-me dele
mal educadas!
Arranhava ao pé da porta
como um cão!
E dizias tu:
Cantam
Põem-se à escuta…
E é grande…
Quem levam eles pelas escadas?
Este é o canto das estrelas
Não tememos as montanhas
A nossa luz é uma voz
Voamos… para lá do céu
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8. |
Papão III - Final
00:37
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9. |
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Subi ao calvário
Vi lá uma luz
De cama e leito
De Cristo Jesus
Eu deitei-me nela
Pus-me a considerar
A hora que eu tinha
Para me salvar
Vieram os Anjos
Trouxeram uma guia
Que fosse devota
Da Virgem Maria
A Virgem Maria
Me mandou recado
Que fosse cantando
Bendito e louvado
Bendito e louvado seja
O Santíssimo Sacramento
Da eucaristia
O fruto do ventre sagrado
Da virgem puríssima
Santa Maria
Além vai Jesus
Que lhe querendeis vós
Quero ir com Ele
Qu’Ele leva a Cruz
Seus braços abertos
Seus pés encravados
Derramando o seu sangue
P’los nossos pecados.
De chagas abertas
e corações feridos,
Livrai-nos Senhor
De todos os perigos
Salvador do mundo
Que tudo salvai
Salvai minha alma
Bendito sejais
Bendito sejais
Sempre há lá de ser
Salvai minha alma
Quando eu morrer
Quando eu morrer
Quando acabar
Salvai minha alma
Para bom lugar
Para bom lugar
Para ó paraíso
Salvai minha alma
Dia de juízo
Dia de juízo
Senhor São José
Salvai minha alma
Pela vossa fé
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10. |
Tempestade II - Poesia
03:39
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Ramai esta tormenta
Acontece deste modo: há uma certa languidez…
Leva-as para bem longe
No ouvido não se calam as pancadas dos relógios…
Eu vou para bem longe
ao longe diminui o estrondo do trovão.
Santa Bárbara
Vou correr esta trovoada
Santa Bárbara
Queixas e gemidos
aprisionadas vozes que não se reconhecem.
Água de trovão
O círculo secreto estreita-se,
levanta-se um som que tudo venceu.
Água de trovão
Leva-as para bem longe
Eu vou para bem longe
Esta tarde a trovoada caiu
Ramai esta tormenta
como um pedregulho enorme
como uma grande cabeça que diz que não
Santa Bárbara
Leva-as para bem longe
Santa Bárbara
a chuva enegreceu os caminhos
Vou correr esta trovoada
Santa Bárbara
não sei porquê – eu não tinha medo
Santa Bárbara
Vou correr esta trovoada
Santa Bárbara
A trovoada se vestiu e se calçou.
Ramai esta tormenta.
alguém que possa acreditar…
Santa Bárbara
gente visível
Santa Bárbara
Água de trovão
Eu vou para bem longe
Em noites como esta
A catedral treme negra com todas as suas naves.
Os sinos
pendem como pássaros,
as portas estremecem
e abana cada escora dos pilares
Santa Bárbara
Vou correr esta trovoada
Santa Bárbara
Leva-as para bem longe
A trovoada se vestiu e se calçou
E a tempestade rodopia, e transforma tudo,
Atravessa a floresta e o tempo
Todo o dia
Ameaça
Cairá
Santa Bárbara
Gente zangada por cima de nós
Santa Bárbara
Gente visível
Ramai esta tormenta
Leva-as para bem longe
No ouvido não se calam as pancadas dos relógios
Eu vou para bem longe
ao longe diminui o estrondo do trovão
Leva-as para bem longe
Todo o dia
Ameaça
Silêncio
Cairá
Escuta
como no bosque cresce a erva,
Cairá
como anda pela terra o mal com um alforge,
De noite chega...
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11. |
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Santa Barburinha bendita
Livrai-nos das trovoadas
Lev’as pra bem longe
Santa Barburinha bendita
Com ramo de água benta
Ramai esta tormenta
Santa Bárbara pequenina
Se despiu e se calçou
Bordão na mão tomou
Onde vais Santa Barburinha
Que no céu estais escrita
Eu vou pra bem longe
Vou correr esta trovoada
Onde não há pão e vinho
Nem bafo de menino
Só a serpente e as sete filhas
Bebem leite d’maldição
E água de trovão
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DiscDiz Lisbon, Portugal
“Quando eu vir vaguear por dentro da casa
o abeto que cresceu no bosque,
hei-de ajoelhar no
soalho.
Se essa figura imponente, a árvore, me reconhecer,
vou interromper o que escrevo,
esperar ansiosa a atracção que a insónia desse vulto
há-de exercer sobre mim.
Sou eu que me vergo ao domínio.
Que me poise a marca incandescente na testa. “
Fiama Hasse Pais Brandão
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